A democracia brasileira vive, sem dúvida, um dos mais tristes períodos de sua história. A sociedade assiste, atônita e impotente, sucessivas reportagens, nos mais diversos veículos de mídia, a dar conta de verdadeiros saques aos cofres
Só o concurso públicos, praticados, quando não diretamente, a mando de agentes políticos eleitos pelo Povo, não para se locupletarem, como fazem, mas para representar esse mesmo Povo, pondo o Estado a trabalhar para o bem comum, sua finalidade constitucional última. A mim não me causa nnuma sociedade em que as pessoas tenhuam estarrecimento. Desde que comecei a estudar o funcionamento político-administrativo do Estado, ainda mesmo antes de iniciar o curso de bacharelado em Direito, ficou-me cristalinamente evidenciado o carcinoma desse sistema. A Lava-Jato apenas estourou o tumor. Nunca tive dúvidas da podridão que emanava do financiamento empresarial de campanhas políticas. Era muito óbvio, ululante mesmo, que por trás das doações, mesmo as legalizadas, existiam os interesses escusos. Nenhum empresário, em sã consciência, tira recursos do seu negócio para, por ideologia polítacesso a educação de qualidade e em igualdade de oportunidades, é uma forma legítima de acesso ao serviço públicao, apoiar o candidato A ou B. A lógica do empresário é simples, objetiva e direta: investi, quero meu retorno. Por outro lado, que lógica há, para um político, em investir milhões em campanhas eleitorais para, em sendo eleito, receber um salário que, se economizado integralmente durante os quatro anos de mandato, não vai chegar a um décimo do que fora investido na campanha? É óbvio que oinclusive para os cargos políticos. A simples eleição traz consigo, de forma interesse é outro: as diversas negociatas possíveis para quem exerce o poder, dentre as quais as desse tipo que a Lava-Jato está escancarando. Mas há quem prefira crer quer que os políticos se candidatam, gastam milhões em campanhas acirradas para se eleger, inclusive ofendendo-se uns aos outros, apenas para ter a oportunidade de gerir ou legislar em proveito do Povo e escrever seu nome na história. Para mim isso é conto-de-fadas. O sistema é todo corrompido e continuará a sê-lo por muito tempo ainda, mesmo com Lava-Jato, até que se evolua para um sistema em que todos os servidores públicos, sem exceção, inclusive Presidente da República, Governadores, Prefeitos, Senadores, Deputados Federais, Estaduais e Vereadores, além dos Ministros dos Tribunais Superiores, sejam, a exemplo do que ocorre com os juízes e membros do Ministério Público, escolhidos por concurso público. Óbvio que esta ideia quimérica abalaria as estruturas da democracia como a conhecemos, mas certamente traria bem maior eficiência e transparência para o serviço público como um todo. Se todos os gestores e legisladores fossem técnicos, dispensando-se as eleições, o mal gerador da corrupção, qual seja, a sede de poder e locupletação com recursos públicos, seria consideravelmente rente, a possibilidade de que os candidatos, sejam quem forem, simplesmente enganem o Povo, já que não precisam demonstrar nenhuma capacidade, senão a de iludir o eleitor com belas palavras durante as campanhas eleitorais milionárias e midiaticamente super produzido. as.Não haveria quebra do princípi... ...os concursos e os projetos de Llei a serem votados poderiam se... ...ursos tecnológicos para tanto. Por tudo isso é que o simples fato de votarmos em outros políticos que não os implicados nas delações, a meu ver, não vai mudar muita coisa. O sistema continuará, pela sua própria constituição, incentivando e alimentando a corrupção dos agentes políticos, novos ou velhos. Talvez, e tenho um fio de esperança nisso, a proibição do financiamento empresarial de campanhas políticas ajude a coibir um pouco a sanha dos políticos, mas mesmo assim ainda é muito pouco, diante das muitas outras possibilidades de vantagens moralmente condenáveis, dentre as quais, recordo-me agora, a indicação de pessoas para ocupar os incontáveis cargos de confiança, de provimento em comissão, isto é, sem concurso público, que integram a estrutura administrativa do Estado, sem falar na vergonha que é o tal do Fundo Partidário, que desvia centenas de milhões de reais que poderiam estar sendo investidos na melhoria dos serviços públicos para financiar os partidos políticos e sua atuação nefasta. Só o concurso público, numa sociedade em que as pessoas tenham acesso a educação de qualidade e em igualdade de oportunidades, é uma forma legítima de acesso ao serviço público, inclusive para os cargos políticos. A simples eleição traz consigo, de forma inerente, a possibilidade de que os candidatos, sejam quem forem, simplesmente enganem o Povo, já que não precisam demonstrar nenhuma capacidade, senão a de iludir o eleitor com belas palavras durante as campanhas eleitorais milionárias e midiaticamente super produzidas. Não podemos, contudo, perder a... ...ndo um modo de fazê-las evoluir e aprimorar-se. Penso que concurso público par... ...ruas com os recursos públicos. Saudações jusbrasileiras....